ST 7 - Literaturas indígenas: epistemologias, poéticas e didáticas para conhecer e ensinar

Simpósio Temático 7
 
Literaturas indígenas: Epistemologias, Poéticas e Didáticas para conhecer e ensinar
 
Coordenação:
Profa. Dra. Ana Luiza Morais Soares (UFOP)
Profa. Luna Rosa Recaldes (UFOP)
Prof. Dr. Adail Sebastião Rodrigues Júnior (UFOP)
 
A literatura indígena no Brasil apresenta um repertório vasto e diverso, reunindo autoras e autores de múltiplas etnias, cujas obras abordam temas que vão desde narrativas cosmogônicas ancoradas nas cosmologias de seus povos, até reflexões sobre a identidade indígena em um país marcado por um projeto histórico de negação e apagamento desses sujeitos. Tal literatura contempla ainda as vivências dos indígenas urbanos e desaldeados, construindo uma visão plural e dinâmica das realidades indígenas contemporâneas. Desde os trabalhos pioneiros de Umusi Pãrõkumu e Tõrãmũ Kẽhíri, Olívio Jekupé, Daniel Munduruku e Eliane Potiguara, até nomes atuais como Ailton Krenak — primeiro indígena eleito para a Academia Brasileira de Letras —, Julie (Truduá) Dorrico, Auritha Tabajara, Marcia Kambeba e Cristino Wapichana, evidencia-se uma produção potente que desafia estereótipos coloniais e propõe novas formas de leitura do Brasil. Neste contexto, o simpósio temático propõe-se a reunir pesquisas que se dedicam à análise crítica de obras da literatura indígena, bem como experiências pedagógicas que integrem essas obras ao ensino escolar, em consonância com a Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino das histórias e culturas indígenas nas escolas brasileiras. Consideramos literatura aqui em um sentido expandido, que inclui não apenas romances, contos e poemas, mas também quadrinhos, letras de música, roteiros de cinema e teatro, diários e narrativas orais. O quadro teórico-metodológico do simpósio é interdisciplinar, abrangendo estudos literários, históricos, crítica decolonial, teorias da oralidade, pedagogia crítica e estudos culturais. Pretende-se fomentar reflexões que valorizem a autoria indígena como agente de saber e resistência, promovendo o diálogo entre universidade, escola e comunidades indígenas.
 
Palavras-chave: literatura indígena, crítica decolonial, práticas pedagógicas